Bianca Toledo se prepara para lançar o livro contando sua história de cura e reabilitação, intitulado, "A História de um Milagre".
Bianca Toledo, cantora e compositora, cursou faculdade de música erudita e popular especializando-se em jazz e música brasileira. Nascida em Brasília, começou a cantar na infância, estudou violão e piano, e escrevia canções, mas por conta da timidez recusava-se a participar de apresentações públicas. Aos 16 anos mudou-se para Araçatuba, onde teve um encontro marcante e transformador com Deus consagrando seu talento à Ele. Foi para São Paulo aos 18 anos onde cursou faculdade de música. Participou de algumas gravações e suas canções começaram a ser gravadas.
Comprometida com a visão celular desenvolveu sua liderança e dedicou-se por muitos anos à formação de líderes e a sua paixão pelo evangelismo. Bianca participou de musicais e programas de TV como o Programa Raul Gil na Rede Record em 2002, onde ganhou o concurso “Usina de Talentos.” E descobriu que sua missão ultrapassava as paredes da igreja, alcançando também o público secular.
Em 2007 criou o projeto Reina Brasil, reunindo músicos e compositores para um resgate da cultura brasileira em celebração ao criador, divulgando-o em muitos programas de TV. No mesmo ano participou do programa Criança Esperança na Rede Globo.
Seu primeiro CD solo “O Amor prevalecerá” trouxe inovação à musica gospel com poesia e suavidade alcançando o coração daqueles que apreciam uma boa música ao estilo MPB. A cantora assina algumas composições do cd além da direção musical. Em 2010 sua vida ficou por um fio e esta experiência modificou sua trajetória gerando o projeto “A História de um milagre”, livro e documentário, onde registra os momentos em que esteve entre a vida e a morte, sua cura e reabilitação redescobrindo a vida em seus mínimos detalhes.
Os sistemas cardiovascular, respiratório e renal estavam falidos. A única esperança era um verdadeiro milagre. Os boletins médicos eram divulgados na internet diariamente e igrejas de todo o Brasil e de fora dele, se uniram em um clamor incessante pela minha vida.
Havia um relógio de oração de 24 horas preenchido por muitas pessoas que não me conheciam, mas foram escolhidas por Deus para orar por mim. Muitos pastores e ministros me visitaram no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e lutaram pela minha vida, crendo no poder da ressurreição.
Minha pastora, Fernanda Brum, esteve presente em todo o tempo em contato com o Renato, pai do José Vittorio, e com a minha família em clamor pela minha vida em todos os lugares por onde passava com seu ministério, Profetizando às Nações.
Foram muitos dias de crescente piora. Mas eles, definitivamente, não abriram mão da minha vida. Graças à união das igrejas tivemos a maior campanha de doação de sangue do estado do Rio de Janeiro.
Enquanto as pessoas oravam por mim, vidas eram transformadas e milagres aconteciam por todo o Brasil. No início de dezembro, sai do coma, mas minha respiração era mecânica e não havia mais movimentos em meu corpo. Eu somente mexia os olhos e tentava entender o que havia acontecido comigo. A luta pela vida continuava, mas agora eu estava consciente e, por esse motivo, a angústia de minha família era maior.
Aos poucos comecei a entender o que havia acontecido, sabia que agora estava só, meu bebê não estava mais comigo. Estava presa em um leito, sem poder falar, sem me mexer, com muitas lembranças dos dias de coma, febres terríveis, longe de todos e com poucas horas de visita familiar por dia. Na maior parte do tempo, observando o movimento do CTI, sem imaginar como um dia minha vida voltaria ao normal, já que nem respirar sozinha eu podia. As horas passavam os dias passavam e eu permanecia ali, na mesma posição.
Todos que iam me visitar se impressionavam ao me ver daquela forma e muitos não continham as lágrimas. Minha aparência e meu diagnóstico eram um desafio de fé para os mais fervorosos irmãos de oração.
Passei o natal e o ano novo no leito, sem fala, praticamente sem movimento, pensando que havia uma vida lá fora, meu filho estava em algum lugar e eu estava ali ha meses, a espera de um milagre. Eu pedia ao Espírito Santo que ficasse comigo, e hoje eu sei que foi Ele quem me sustentou em todos os momentos, zelando cuidadosamente por mim.
A pastora Fernanda havia deixado um MP4 que tocava louvores e ministrações da Palavra de Deus 24 horas ao dia. E eu era alimentada por isso. Havia uma guerra pela minha vida, isso é um fato. Mas Deus não desistiu de mim.
O clamor não cessava e, no fim do ano, o desejo do coração de muitos era me ver curada e de volta a vida, com a oportunidade de conhecer meu filho e poder criá-lo. Fui transferida novamente de hospital em 31 de dezembro, quando suspenderam todos os medicamentos, meu organismo surpreendentemente reagiu.
Dia a dia comecei a apresentar melhoras e ouvir os testemunhos de oração que chegavam até mim. Comecei a acompanhar o movimento pela internet, mas ainda não falava e nem tinha perspectiva de voltar a andar ou mesmo ficar em pé.
Fazia seis horas de hemodiálise por dia, perdi meu cabelo, mas aos poucos ficava livre do respirador. Havia grandes feridas abertas no meu corpo sem perspectiva de fechar, meu abdômen ainda estava aberto e todos os dias eram buscados métodos de drenagem e cicatrização. Fui para um CTI semi-intensivo onde minha família pode passar mais tempo e o Renato dormia comigo, o que me ajudou muito, muito mesmo. Eu me comunicava através de um quadro com letras, onde apontava e formava frases, que na maioria das vezes diziam: Tenho fome, tenho sede.
Estava há meses sem um gole de água e sonhava com o dia em que voltaria a ingerir alguma coisa. Vivemos milagres diários, vencemos a infecção, as bactérias e o respirador. Meu rim estava fadado à hemodiálise definitiva ou um transplante e na última semana voltou a funcionar, para surpresa de todos, me fazendo vencer também a hemodiálise.
Recebi alta no dia 18 de fevereiro dando poucos passos apoiada, totalmente debilitada, mas com a maior expectativa de finalmente ver meu filho, que já tinha quase cinco meses. Quando cheguei em casa, olhei para ele e ele sorriu pra mim. Talvez um dia eu consiga explicar o que senti naquele momento. Eu ainda não podia tocá-lo, e permaneci assim por mais 40 dias. Não podia ser tocada por ninguém, por causa da colonização das bactérias.
Minha reabilitação foi intensa, porque ainda não caminhava, usava uma bolsa de colostomia, e era totalmente dependente. Minha voz era muito baixa e rouca, por causa da traqueostomia e tantos meses sem falar. Tive que vencer inúmeros conflitos diários. Reaprendi a vida nos mínimos detalhes.
A perda dos cabelos, a perda da voz, as marcas no meu corpo, a construção do vínculo com meu filho. Teremos muitas oportunidades de falar sobre tudo isso, porque são experiências muito preciosas que tive e tenho tido com Deus.
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